Eis o link para meu livro sobre artigos publicados em periódicos brasileiros:
https://issuu.com/fgimenez/docs/livro
Este blog é de autoria de Fernando Antonio Prado Gimenez. Destina-se a textos, reflexões, memórias e comentários sobre empreendedorismo e pequenas empresas.
sexta-feira, 26 de maio de 2017
domingo, 21 de maio de 2017
Revista Livre de Sustentabilidade e Empreendedorismo: um balanço
Ao final de abril do ano passado, exatamente no dia 30, foi publicada a primeira edição da Revista Livre de Sustentabilidade e Empreendedorismo - RELISE. Decorridos 386 dias, apresento neste post alguns dados sobre a recepção que a RELISE teve até agora.
Planejei a RELISE com uma periodicidade quadrimestral, mas já no começo de 2017, tendo um conjunto grande de textos encaminhados para publicação, alterei a periodicidade para trimestral. Assim, foram publicados três números em 2016, volume 1, e dois número em 2017, volume 2. Os números 3 e 4 desse ano já estão completos e serão publicados em julho e setembro. A quantidade de artigos publicados chegou a 48. Com a publicação dos dois números restantes de 2017 serão 74 textos disponibilizados para os interessados em enpreendedorismo e sustentabilidade.
Os artigos publicados na RELISE tiveram 10.779 downloads, uma média de 225 por artigo. Na tabela abaixo apresento os 15 artigos que tiveram mais downloads até o momento. Por esse conjunto, já é possível verificar que a RELISE atraiu pesquisadores de diversos campos do conhecimento, carcaterizando-se como um periódio multidisciplinar,
ARTIGO
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DOWNLOADS
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MORTALIDADE DE MICRO E PEQUENAS
EMPRESAS: O QUE FAZER PELA SUSTENTABILIDADE DO EMPREENDIMENTO?
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678
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A IMPORTÂNCIA DO LAUDO PERICIAL CONTÁBIL
NAS LIDES DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL
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575
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COMPORTAMENTO, ATITUDES E PRÁTICAS
EMPREENDEDORAS: UM RESGATE TEÓRICO DOS PRESSUPOSTOS QUE ABORDAM A TEMÁTICA
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570
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INTRAEMPREENDEDORISMO: ESTRATÉGIA
PARA A INOVAÇÃO DAS ORGANIZAÇÕES
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536
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APLICABILIDADE DA CONTABILIDADE
AMBIENTAL NAS INDÚSTRIAS QUÍMICAS FARMACÊUTICAS DO ESTADO DO PARANÃ
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381
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O MARKETING VERDE E A GESTÃO ECOLÓGICA
COMO PILARES DA CULTURA ORGANIZACIONAL - ESTUDO DE CASO REALIZADO NO GRUPO PÃO
DE AÇÚCAR
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356
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INOVAÇÃO NO AGRONEGÓCIO: UM ESTUDO
SOBRE OS TIPOS DE INOVAÇÃO PRESENTES NA CADEIA PRODUTIVA DA OVINOCULTURA NO
RIO GRANDE DO SUL
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325
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COMPORTAMENTO ESTRATÉGICO E
DESEMPENHO ORGANIZACIONAL SOB A PERSPECTIVA DE MILES E SNOW: UM ESTUDO EM
PEQUENAS EMPRESAS DO SETOR VAREJISTA DE FARMÁCIAS DO PARANÃ
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294
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ORIENTAÇÃO EMPREENDEDORA COMO FATOR
DE COMPETITIVIDADE
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284
|
FATORES DE INFLUÊNCIA NA ADOÇÃO DE
POLÍTICAS AMBIENTAIS POR ORGANIZAÇÕES DOS TRÊS SETORES
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268
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OS PILARES DO EMPREENDEDORISMO
SUSTENTÁVEL ARTICULADOS NA PRÁTICA ESCOLAR: UM ESTUDO NA COMUNIDADE ESCOLAR DE BEZERROS-PE
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265
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ECOEFICIÊNCIA: UM ESTUDO DE CASO EM
UMA MICROEMPRESA DO SETOR DE REFRIGERAÇÃO
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263
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PROEMINÊNCIAS DA ECOEFICIÊNCIA: UMA REVISÃO
SISTEMÁTICA DAS PRODUÇÕES INTERNACIONAIS DE ALTO IMPACTO
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263
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FORMAÇÃO DE PREÇO DE LOCAÇÃO DE IMÓVEIS
RESIDENCIAIS NO MUNICÍPIO DE TRÊS LAGOAS/MS: ANÁLISE DE MERCADO
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253
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ANÁLISE DE REDE: UM ESTUDO DE CASO
DOS MOTIVADORES DE RELACIONAMENTO ENTRE OS ATORES DE UMA REDE DE PROMOÇÃO E
DEFESA DE DIREITOS DE CRIANÇAS E JOVENS
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240
|
Os artigos publicados na RELISE foram escritos por 134 autores, sendo que alguns deles já tiveram dois artigos publicados. A média de autores por artigo publicado foi 3, sendo que a maioria dos artigos teve entre 2 e 4 autores. Foram treze com dois autores, sete com três e 11 com quatro. Houve alguns artigos que tiveram 5 ou 6 autores, além é claro de um conjunto de textos que foram escritos por apenas um autor.
Os autores dos textos que compuseram as cinco edições da RELISE registraram vínculo com 44 organizações distintas, sendo apenas uma delas uma empresa, outra uma escola técnica e as demais insituições de ensino superior. Entre as últimas, há treze universidades federais, sete universidades estaduais e 18 instituições privadas. Além dessas houve autores com vínculo a três instituições estrangeiras.
Finalizando esse pequeno balanço, apresento na tabela a seguir, as instituições que tiveram maior número de artigos e autores publciados pela RELISE durante esse primeiro ano de existência.
Instituição
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Autores
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Artigos
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Universidade Federal do Mato Grosso
do Sul
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11
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5
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Universidade Nove de Julho
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6
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5
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Universidade Estadual do Oeste do
Paraná
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4
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3
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Universidade Federal do Paraná
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4
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3
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Universidade Federal do Rio Grande do
Sul
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9
|
3
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Seja você também um autor da Revista Livre de Sustentabilidade e Empreendedorismo. Acesse www.relise.eco.br.
sábado, 13 de maio de 2017
Empreendedorismo cultural: primeiras anotações de leituras
Um dos temas que tenho explorado, recentemente, é o do empreendedorismo cultural. Alguns empreendimentos no campo da cultura chamaram a minha atenção nos últimos anos e penso em fazer algum estudo empírico sobre eles no futuro. Por enquanto, comecei um programa de leitura e tenho encontrado algumas coisas interessantes. Neste post, reproduzo minha anotações iniciais.
Em primeiro lugar, alguns textos brasileiros têm discutido aspectos do empreendedorismo cultural no campo do cinema. Guerra e Paiva Júnior (2014) investigaram os aspectos que compõem a dimensão privada da ação do empreendedor cultural na produção de cinema. Para os autores a dimensão privada da ação empreendedora na produção cultural inclui: estruturas de sentido que abarcam aspectos subjetivos, socioculturais e políticos responsáveis pela construção de significados comuns por meio dos quais os atores se articulam; trajetórias individuais compostas por aspectos da subjetividade dos produtores relacionados com a dimensão privada de suas vida; e transformação de ideias em “produtos” que é elaboração de produtos (um conjunto de textos) objetivos e públicos (p. 60).
Em texto anterior, com base em entrevistas de três cineastas pernambucanos, Guerra e Paiva Júnior (2011, p. 84) apontaram que “a ação do empreendedor cultural está relacionada com um esforço de emancipação de grupos profissionais, a melhoria de condições de produção e a absorção de recursos em meio à articulação em rede. Esse perfil de atuação auxilia a (re)discussão dos conceitos de competição e estratégia organizacional sob a perspectiva de um setor produtivo caracterizado pela agregação de pessoas em torno de projetos que expressam aspectos subjetivos de seus parceiros estratégicos”. Ademais, segundo os autores, o empreendedor cultural em Pernambuco faz uso da “brodagem”, neologismo associado a uma ação coletiva na produção cultural, recorrendo às suas experiências cotidianas com uma forte consciência de seu contexto sociocultural.
Encontrei em minhas buscas, um periódico criado em 2012 que se dedica ao campo do empreendedorismo nas artes (Artivate: A Journal of Entrepreneurship in the Arts). Duas discussões são frequentes nos textos desse periódico. A primeira diz respeito ao próprio entendimento do que é um empreendedor nas artes e as resistências que os artista apresentam ao uso do termo empreendedor para descrever sua identidade profissional. A outra área de debate frequente nesse periódico está relacionada ao ensino do empreendedorismo no campo das artes.
Na primeira discussão, por exemplo, Bonin-Rodriguez (2012) comenta sobre a resistência no uso do termo empreendedor quando aplicado a artistas e sugere o termo “artista-produtor”. Para o autor, o termo “artista-produtor” reconhece a resistência política ao termo “empreendedor” e oferece uma moldura para o estreito conjunto de preocupações empreendedoras que são reconhecidas e promovidas pelo setor cultural que dispõe de poucos recursos e tenta multiplicar suas capacidades promovendo parcerias entre artistas e organizações do campo das Artes (p. 14).
Esta discussão surge, também, em um texto brasileiro (BRAGA, 2015) que faz uma análise crítica da noção de empreendedorismo cultural associado ao discurso da cultura inovadora. Para ele, "é forçoso reconhecer que é extremamente difícil estabelecer focos de resistência aos modelos de negócio e às formas de comportamento ativadas pelas instituições destinadas a promover o empreendedorismo e a inovação em cultura. No entanto, é absolutamente urgente repensar o modelo sobre o qual são construídas as indústrias culturais e criativas, demonstrando os limites dos discursos oficiais, enquanto se imaginam outras formas de relação com o campo cultural e a promoção da cultura e das artes (p. 233).
Por outro lado, a trajetória de Damien Hirst, o polêmico artista inglês que está na raiz da reurbanização do leste de Londres, é utilizada por Enhuber (2014) para ilustrar as dificuldades de distinção entre os conceitos de empreendedor cultural e econômico.
Neste texto, assim como em outros, a própria definição do que seja o empreendedorismo cultural se mostra polêmica e de difícil precisão conforme indica Kolsteeg (2013). Este considera que o fenômeno ocorre nas organizações culturais ou artísticas que oferecem produtos e serviços que comunicam um valor simbólico e cultural. Já em Rea (2008), uma definição de empreendedorismo cultural é tentada na seguinte formulação: uma abordagem multifacetada à cultura como negócio, corporificada por sujeitos inventivos e empreendedores que ativamente se engajam em múltiplas formas de produção cultural, que incluem desde a escrita ficcional e tradução em drama, cinema, rádio, até a fabricação de produtos de consumo. Outra definição é a de Banks et al. (2000), “aquele diretamente relacionado com a produção de bens e serviços culturais: produtos cujo principal valor é simbólico, derivado da sua função como portadores de significados em imagens, símbolos, sinais e sons”.
No campo do ensino sobre o empreendedorismo, há contribuições interessantes no Artivate. Por exemplo, Roberts (2012) apresenta sugestões a partir de sua experiência no campo do ensino de empreendedorismo nas artes. Para ele, é necessário que o tema do empreendedorismo seja infundido no campo do ensino das artes, ou seja, a modificação dos objetivos de aprendizagem de disciplinas no campo das artes de forma a incluir conhecimento, habilidades e competências empreendedoras em planos de aulas. Contudo, este salienta que os estudantes no campo das artes são mais inclinados a se tornarem empreendedores individuais do que a construir empresas. Assim, há a necessidade de ajustes nos conteúdos de empreendedorismo que devem ser abordados na educação para empreendedorismo nas artes.
Em um ensaio, Essig (2012) sugere pedagogias para o ensino de empreendedorismo para estudantes de artes. Para a autora, o ensino de empreendedorismo pode ser mais efetivo se estiver focado no desenvolvimento de hábitos mentais empreendedores. Dessa forma, ela sugere três pedagogias: Mentoring; Projetos colaborativos em equipe; e Aprendizagem experiencial.
Em outro artigo do mesmo periódico, White (2013) apresenta três tipos de barreiras para inclusão desse tipo de conteúdo nos cursos ofertados nos Estados Unidos: a) barreiras relacionadas ao reconhecimento de que este tipo de competência deve ser parte integrante do conjunto de disciplinas a ser ofertado aos estudantes; b) barreiras relacionadas à acreditação dos cursos, visto que os órgãos de acreditação não dão relevância a este tipo de competência; e, c) barreiras de avaliação, considerando as dificuldades de estabelecer um consenso sobre os conhecimentos que deve possuir um estudante de artes ao final de seu curso.
No campo das artes brasileiras, a trajetória empreendedora de dois artistas – Ivaldo Bertazzo no campo da Dança e Chico Pelúcio no Teatro - foi descrita e analisada por Corá (2016). Em seu estudo, a autora abordou as estratégias para o empreendimento, a construção discursiva do valor do empreendimento e o uso da prática cultural como recurso para o empreendimento. Em síntese, o estudo revelou que "tais empreendedores só se tornaram referência nos setores artísticos em que atuam por serem artistas consagrados e, sobretudo, por serem visionários na construção de produtos culturais inovadores e que se tornam diferenciais no mercado cultural e artístico, tornando-os fonte de inspiração estética e de modelo de gestão (p. 87). Assim, como no texto que descreveu a trajetória de Damien Hirst, vejo nessas trajetórias uma forte aproximação entre o empreendedorismo cultural e econômico.
Uma reflexão de Smith e Gillett (2015) sobre sua própria experiência como membros de uma banda de rock mostra o que eles julgam uma experiência empreendedora no campo da música. Os principais aspectos relatados envolvem a cooperação entre os membros da banda, compartilhamento de recursos tangíveis e intangíveis, o uso de networking extensivo tanto para viabilizar os produtos musicais da banda quanto na sua comercialização e um processo coletivo de criatividade.
Também no campo da música, mas em contexto muito diverso, Nytch (2012) descreveu a transformação que houve na forma de atuação da Pittsburgh New Music Ensemble e a consequente criação do Teatro da Música como um caso bem-sucedido de empreendedorismo nas Artes. Para o autor, este tipo de empreendedorismo pode ser definido como o uso de estratégias empreendedoras dentro do próprio processo criativo. Nesse caso, transformações no modo de apresentar concertos de música de câmara contemporânea foram utilizadas como exemplos de ações consistentes com a abordagem efetual do empreendedorismo, do consumo hedonístico e da orientação para demandas incipientes.
A cada leitura que faço, vou ficando cada vez mais seduzido pelas discussões e possibilidades de investigação desse tema de estudo. Seguem abaixo, as referências citadas.
BANKS, M.; LOVATT, A.; O‘CONNOR, J.; RAFFO, C. Risk and trust in the cultural industries. Geoforum, n. 31, p. 453-464, 2000.
BONIN-RODRIGUEZ, P. What’s in a name? Typifying artist entrepreneurship in community based training. Artivate: A Journal of Entrepreneurship in the Arts, v. 1, n. 1, p. 9-24, 2012.
BRAGA, W. D. Novas identidades para o novo mundo do trabalho através da Cultura: o velho mantra do capitalismo revisitado. Revista Eptic, v. 17, n. 1, p. 218-235, 2015.
CORÁ, M. A. J. Empreendedores criativos: uma análise sobre o trabalho na cultura. Revista Interdisciplinar de Gestão Social, v. 5, n. 2, p. 71-89, 2016.
ENHUBER, M. How is Damien Hirst a cultural entrepreneur? Artivate: A Journal of Entrepreneurship in the Arts, v. 3, n. 2, p. 3-20, 2014.
ESSIG, L. Frameworks for educating the artist of the future: teaching habits of mind for arts entrepreneurship. Artivate: A Journal of Entrepreneurship in the Arts, v. 1, n. 2, p. 65-77, 2012.
GUERRA, J. R. F.; PAIVA JÚNIOR, F. G. Empreendedorismo cultural na produção cinematográfica: a ação empreendedora de realizadores de filmes pernambucanos. Revista de Administração e Inovação, v. 8, n. 3, p. 78-99,2011.
GUERRA, J. R. F.; PAIVA JÚNIOR, F. G. de O empreendedorismo no campo da produção cultural: analisando a dimensão privada da ação empreendedora no audiovisual. Revista Livre de Cinema, v. 1, n. 2, p. 55-73, 2014.
KOLSTEEG, J. Situated cultural entrepreneurship. Artivate: A Journal of Entrepreneurship in the Arts, v. 2, n. 1, p. 3-13, 2013.
NYTCH, J. The case of the Pittsburgh New Music Ensemble: an illustration of entrepreneurial theory in an artistic setting. Artivate: A Journal of Entrepreneurship in the Arts, v. 1, n. 1, p. 25-34, 2012.
REA, C. G. Comedy and cultural entrepreneurship in Xu Zhuodai's "Huaji Shanghai". Modern Chinese literature and culture, v. 20, n. 2, p. 40-91, 2008.
ROBERTS, J. S. Infusing entrepreneurship within non-business disciplines: preparing artists and others for self-employment and entrepreneurship. Artivate: A Journal of Entrepreneurship in the Arts, v. 1, n. 2, p. 53-63, 2012.
SMITH, G. D.; GILLETT, A. Creativities, innovation, and networks in garage punk rock: a case study of The Eruptörs. Artivate: A Journal of Entrepreneurship in the Arts, v. 4, n. 1, p. 9-24, 2015.
WHITE, J. C. Barriers to recognizing arts entrepreneurship education as essential to professional arts training. Artivate: A Journal of Entrepreneurship in the Arts, v. 2, n. 3, p. 28-39, 2013.
sábado, 6 de maio de 2017
Empreendedorismo no campo do cinema
Meu blog andou meio abandonado nos últimos dois meses. Estive envolvido na preparação de um livro que tomou forma e será publicado ainda nesse mês. Enquanto isso, continuo minhas leituras sobre empreendedorismo, mas também sobre cinema. De vez em quando os temas se encontram.
Nesse final de tarde um pouco fria nesse outono curitibano, fui ler um texto sobre cinema e me deparei com um caso de empreendedorismo no cinema brasileiro.
Um texto muito agradável de ler em que o Professor Tunico Amancio da Universidade Federal Fluminense relata como descobriu e conta a história de Cícero Filho, jovem cineasta do Piauí. O próprio Amancio denomina este jovem de diretor/empreendedor. Uma história bacana de sucesso local, por meio de um esforço empreendedor de alguém que além de querer representar seu mundo por meio da arte, tenta também torná-la um empreendimento viável.
Para isto, como conta o Professor Amâncio em seu texto, Cícero Filho faz uso de seu capital de relações sociais em "um empreendimento familiar, encabeçado por ele, envolvendo os pais e os irmãos, em suas horas de folga" (p. 49) e, mais à frente, "definitivamente, é na disponibilização do produto diretamente a seus consumidores que a estratégia de Cícero parece mais exitosa. Isso contece pela via direta, através das sessões e caravanas organizadas pelo interior dos Estados do Piauí e do Maranhão, e também por conta do frenesi provocado pela intensa pirataria que envolveu o seu produto mais conhecido" (p. 50).
Vale a pena ler o texto do Professor Tunico Amâncio em http://www.revistas.usp.br/significacao/article/view/71138.
Nada como uma boa história empreendedora para retomar esses escritos. Já estava com saudades desse blog.
Referência:
Amancio, Tunico O mundo como vontade de representação...
no Piauí. Significação, v. 39, n.
38, p. 40-53, 2012.