terça-feira, 15 de novembro de 2022

Ensaio para um ensaio - Ecossistemas empreendedores culturais: a intersecção de ecossistemas culturais e ecossistemas empreendedores

Neste reflexão inicial para um ensaio, a partir de análise da literatura sobre empreendedorismo cultural, ecossistemas empreendedores e ecossistemas culturais, argumento a favor da existência de um ecossistema empreendedor cultural na intersecção de ecossistemas empreendedores e culturais. Ademais, proponho um conjunto de elementos e fatores que integram um ecossistema empreendedor cultural e sugiro a necessidade de entendimento da dinâmica do surgimento e evolução dos ecossistemas empreendedores culturais. Finalizo, argumentando que a pesquisa sobre ecossistemas empreendedores culturais pode gerar conhecimento novo sobre o empreendedorismo cultural, numa perspectiva sistêmica, com resultados que podem ser úteis na formulação e implantação de políticas culturais em uma região.
Inicio com reflexões com base em meu conhecimento anterior das literaturas sobre empreendedorismo cultural, ecossistemas empreendedores e políticas públicas. A inspiração para o tema do ensaio surgiu na leitura da apresentação de uma antologia poética em que Freitas (2022: p. 7) afirmou que “muitos instrumentos precisam funcionar uníssonos para a criação de um ecossistema cultural fecundo”. Instigado pelo uso do termo “ecossistema cultural”, em livro de poesias, busquei no google acadêmico por textos que tratassem do tema a partir das palavras-chave “ecossistema empreendedor” e “ecosistema cultural”. Localizei pouquíssimos estudos prévios com esta terminologia: um no campo da linguística (Couto, 2018);  e um no campo da economia da cultura (Holden, 2015). A partir da leitura desses textos, identifiquei a similaridade de ecossistemas culturais com ecossistemas empreendedores, enxergando-os como sistemas ou conjuntos de elementos distintos em cuja intersecção estariam ecossistemas empreendedores culturais.
Ecossistemas Empreendedores é tema de pesquisa recente que procura explicar como uma região pode se tornar mais propensa ao surgimento de novas iniciativas empreendedoras. Centrada nos empreendedores, esta abordagem foca no entendimento dos determinantes culturais, sociais, políticos, institucionais e materiais que permitem a potenciais empreendedores aproveitarem oportunidades para empreender e criar valor para a sociedade a partir de inovações. Ecossistemas empreendedores são, em geral, tratados como multisetoriais e, recentemente, sustentáveis. No campo da economia da cultura, surgiu recentemente uma perspectiva de análise denominada de ecossistema cultural em que se procura enfatizar as condições que permitem que determinados produtos ou produtores culturais floresçam, enquanto outros não são bem-sucedidos. Por outro lado, empreendedorismo cultural é tema que tem atraído atenção crescente na literatura. Seria possível, então, que na intersecção de ecossistemas empreendedores e ecossistemas culturais, existam ecossistemas empreendedores culturais? E que implicações esta abordagem traria para formulação e implantação de políticas culturais?
Segundo Stam (2015), a abordagem dos ecossistemas empreendedores traz uma nova visão econômica de pessoas, redes e instituições em que se busca entender como determinada região torna-se um ambiente favorável para o surgimento de novos empreendedores que produzirão efeitos benéficos em termos de desenvolvimento social e econômico. Na literatura existente sobre ecossistemas empreendedores, muitos esforços têm sido direcionados para operacionalizar o conceito de ecossistema empreendedor, identificando e descrevendo seus componentes, apontando sua relevância para orientar a formulação e implementação de políticas públicas e debatendo o nível geográfico adequado para sua aplicação (Roundy, Brockman, & Bradshaw, 2018; Audretsch, & Belitski, 2017; Stam, & Van De Ven, 2021). 
Por sua vez, empreendedorismo cultural pode ser entendido como a exploração de oportunidades por meio da oferta de produtos e serviços que comunicam um valor simbólico e cultural (Rea, 2008; Kolsteeg, 2013). Por fim, a ideia de um ecossistema cultural, como apontado por Holden (2015), resulta de uma abordagem ecológica da cultura que enfatiza o entendimento das relações complexas e de interdependência entre os fatores sociais e de mercado que estão presentes na demanda e oferta de produtos culturais e artísticos. Centrais nessa abordagem são a emergência, crescimento, interdependência, redes e evolução do ecossistema cultural.
Ecossistemas empreendedores e ecossistemas culturais podem ser vistos como fenômenos complexos em que múltiplos elementos e atores interagem gerando valores de diversas naturezas para a sociedade. Ambos, são integrados por fatores materiais, sociais, políticos e institucionais que podem gerar um ambiente em que oportunidades empreendedoras sejam iniciadas. A intersecção desses dois tipos de ecossistema se constitui em um ecossistema empreendedor cultural. Dessa forma, a descrição de um ecossistema empreendedor cultural pode ser apreendida a partir de seus atores e elementos: empreendedores culturais (potenciais e existentes); políticas de apoio à produção e difusão culturais; acesso e disponibilidade de fontes de financiamento (recursos públicos, investidores, fontes de capital); demanda por bens culturais; infraestrutura tecnológica e física para a produção e disseminação de bens culturais; instituições de ensino e formação; e profissionais do campo da cultura. Relevante também é a discussão da dinâmica evolutiva de ecossistemas empreendedores culturais de forma sustentável. De que forma, as conexões entre os diversos atores e instituições que integram um ecossistema empreendedor cultural permitem que esta evolua ao longo do tempo e produza valores sociais e econômicos sustentáveis?
Em suma, ecossistemas empreendedores são espaços de empreendimentos de mercado em que predomina uma lógica de competição, enquanto os ecossistemas culturais se referem ao surgimento de ações que criam predominantemente valor simbólico e de compartilhamento social. Apesar de ocuparem espaços e papeis sociais distintos, ambos os tipos de ecossistemas podem apresentar uma dupla lógica de ação em que convivem aspectos de mercado e aspectos simbólicos. Essa dupla lógica presente em ambos os ecossistemas permite que se enxergue na sua interseção a presença de empreendedores culturais ofertando bens e/ou serviços carregados de valor simbólico e econômico ao mesmo tempo, contribuindo para o desenvolvimento da região em que se inserem.
Esses apontamentos ligeiros e iniciais sugerem a relevância de investigar quais aspectos do campo da economia criativa e do empreendedorismo cultural para ampliar o entendimento de ecossistemas empreendedores culturais. Por exemplo, o reconhecimento desse fenômeno e sua investigação científica podem trazer novos insights para o campo de políticas públicas culturais e de empreendedorismo. Assim, de seu aprofundamento podem surgir novos estudos de caráter teórico e empírico, tais como: a necessidade de entender os processos de liderança em ecossistemas empreendedores culturais, suas diversas configurações e impactos na criação de valor social e econômico. Por fim, enfatizo a necessidade de um olhar holístico de políticas públicas voltadas para ecossistemas empreendedores culturais.

Referências:

Audretsch, D. B., & Belitski, M. (2017). Entrepreneurial ecosystems in cities: establishing the framework conditions. The Journal of Technology Transfer, 42(5), 1030-1051.

Brown, R., & Mason, C. (2017). Looking inside the spiky bits: a critical review and conceptualisation of entrepreneurial ecosystems. Small Business Economics, 49(1), 11-30.

Couto, H. H do (2018). Ecosistema cultural. Ecolinguística: Revista Brasileira de Ecologia e Linguagem, 4(1), 12-26.

Freitas, C. (2022). Apresentação. In C. Vianna (Org.) Nova Antologia de Poetas Londrinenses. Londrina: Atrito Arte, 2022.

Holden, J. (2015). The Ecology of Culture. Swindon, Wiltshire: Arts and Humanities Research Council.
Kolsteeg, J. (2013). Situated cultural entrepreneurship. Artivate: A Journal of Entrepreneurship in the Arts, 2(1), 3-13.

Rea, C. G. (2008). Comedy and cultural entrepreneurship in Xu Zhuodai’s “Huaji Shanghai”. Modern Chinese Literature and Culture, 20(2), 40-91.

Roundy, P. T., Brockman, B. K., & Bradshaw, M. (2018). The resilience of entrepreneurial ecosystems. Journal of Business Venturing Insights, 8, 99-104.

Stam, E. (2015). Entrepreneurial ecosystems and regional policy: a sympathetic critique. European Planning Studies, 23(9), 1759-1769.

Stam, E., & Van De Ven, A. (2021). Entrepreneurial ecosystem elements. Small Business Economics, 56(2), 809-832.

quinta-feira, 13 de outubro de 2022

Empreendedorismo: o que é? Uma conversa entre duas pesquisadoras e dois pesquisadores brasileiros

O que é o empreendedorismo? Esta pergunta foi o ponto de partida para uma conversa muito agradável com minhas amigas Vânia Nassif e Hilka Vier, e meu amigo Cândido Borges.
O encontro foi organizado por Cândido e sua equipe do LAPEI - Laboratório de Pesquisa em Empreendedorismo e Inovação da Universidade Federal de Goiás em uma edição comemorativa de dois anos de realização do Hora LAPEI. Este evento se constitui de uma série de conversas online, abertas ao público, em que são abordados diversos temas relacionados ao empreendedorismo e à inovação.
Esta foi a 19a. edição do Hora LAPEI, que pode ser acessada em https://lapei.face.ufg.br/p/43699-edicao-especial-da-hora-lapei-o-campo-de-estudos-do-empreendedorismo-temas-e-perspectivas-de-pesquisas.
Nesse dia, cada um de nós teve a oportunidade de comentar sobre tendências de estudos e pesquisas em Empreendedorismo no Brasil e no mundo, e desafios e temas emergentes no campo. Comentamos também sobre nosso envolvimento inicial com o tema, bem como a trajetória que percorremos.
Como escrevi no começo desta postagem, nossa conversa começou com nossa conceituação sobre o que é o empreendedorismo. Se você buscar na literatura sobre empreendedorismo, encontrará inúmeras formas de conceituar este fenômeno.A minha apresento logo abaixo. 
Contudo, lhe convido a assistir a gravação dessa conversa que está disponível no canal do YouTube do LAPEI. Assim, você poderá conhecer a visão de Vânia, Hilka e Cândido sobre isto. Espero que possa perceber como, em conjunto, as definições que demos ao empreendedorismo se complementam.
Assim, ao juntarmos nossas falas, mais uma vez, fica evidenciada a complexidade desse fenômeno e as diversas abordagens que este pode receber enquanto tema de pesquisa.
Finalizando, para mim, a partir de uma perspectiva da abordagem dos stakeholders organizacionais, empreendedorismo é uma das formas pelas quais nós tentamos atender, individual ou coletivamente, nossa necessidade de realização por meio de atividades que levem à criação de novas organizações e/ou projetos em busca de uma sociedade melhor.
Longa vida ao LAPEI!

sábado, 16 de julho de 2022

Pequenos negócios do bairro: pense global e compre local

Há quase 50 dias, moro no Cristo Rei. Além de ser muito próximo ao Jardim Botânico, o apartamento que aluguei é rodeado por muitas pequenas empresas: açougue, empório, farmácia, padarias, loja de presentes, pequenos mercados, banca de bebidas, doces e cigarros, restaurantes, loja de produtos japoneses, salões de beleza, comércio de materiais elétricos e de construção, academias, escritório de contabilidade, de advocacia, oficina, lavanderia, sorveteria, e mais alguns negócios que devem ter escapado de minha lembrança. É uma espécie de microcosmo do varejo!
Nesta diversidade de negócios, há alguns que tenho frequentado com maior frequência. A padaria "Senhores do Pão" bem ao lado do prédio é uma delas. O mercado Gregolin, a farmácia Jardim Botânico, e a Maketo Produtos Orientais, que estão do outro lado do prédio, na Agamenom Magalhães, quase de frente para o Jardim Botânico, também têm visto a cor do meu dinheiro, ou melhor, do meu cartão de crédito.
Aliás, a Maketo é um caso a parte, pois tem também serviços de copiadora, além do comércio. Por enquanto usei apenas o serviço. Porém, estou devendo uma visita ao Maketo para comprar tofu. Em uma das minhas visitas recentes, perguntei se tinha e o jovem atencioso que me atendeu, dusse que estava sem, mas receberia um novo estoque em dois dias. Me esqueci de retornar na manhã de quarta-feira como ele sugeriu.
Eu acho muito bacana ver pequenas empresas diversificando seus negócios. Pode ser uma estratégia muito boa de sobrevivência e permanência no mercado. São ações que aproveitam alguma lacuna nos negócios da vizinhança, caracterizando uma espécie de loja de conveniência.
Mas devo confessar que duas dessas pequenas empresas já me têm como freguês quase cativo. A primeira é a que chamo de "quitanda" por ofertar frutas, verduras e legumes. É o Armazém Botânico. Na verdade, a oferta de produtos deles é mais ampla, tipica de um pequeno armazém mesmo. Bem diversificada. Mas, como da primeira vez que lá estive, fui atraído pelas frutas e verduras expostas do lado de fora, eu a chamo de quitanda. Os atuais donos são Críssia e Lucinaldo, um casal que tomou conhecimento da intenção do dono anterior de vender o negócio que era, principalmente, uma loja de produtos naturais. Aproveitaram a oportunidade e estão no bairro há quatro meses. Fiquei sabendo disso hoje pela manhã quando lá estive. Lucinaldo e Críssia têm talento e dom para o comércio que enxergo na forma simpática e atenciosa com que me recebem.
Ao menos duas vezes por semana, vou comprar algo com eles. Outro dia, depois que paguei a compra lembrei que havia esquecido de comprar alho. Perguntei a Críssia se tinha e com a resposta positiva peguei apenas uma cabeça de alho pois estava com pouco dinheiro na carteira e não queria usar o cartão novamente. Críssia não quis me cobrar pelo alho. Gentilmente me falou:
_ Pode levar. Não precisa pagar. Já está pago!
Sabe conquistar um cliente, não acha?
O açougue Touros é a outra pequena empresa da qual me tornei freguês. Da primeira vez que fui comprar lá, estava voltando do Armazém Botânico que fica muito próximo. Era um sábado e, além das carnes e outros produtos típicos de açougue, e alguns de mercearia, havia uma churrasqueira exalando um aroma delicioso de assados. Comentei com o açougueiro que era novo no bairro e tinha passado pela "quitanda". Ele perguntou se eu me referia ao armazém. Com minha confirmação, ele me disse:
_ É do meu irmão e de minha cunhada.
Nesse dia, comprei um pedaço de pernil de porco e algumas latinhas de cerveja da Amstel. Na saída perguntei o nome do açougueiro. Cilso foi a resposta. Não pense que digitei errado, você que me lê. O próprio me alertou:
_ Não é Celso, é Cilso.
Outro dia, quando fui comprar um assado preparado pelo Cilso, peguei mais algumas latinhas da Amstel e perguntei o preço. Ao ouvir a resposta do Cilso, comentei:
_ Já subiu o preço? Parece que na semana passada estava mais barato.
Ao que Cilso me respondeu:
_ Não. É o mesmo preço.
E, em seguida, completou:
_ Mas, vou lhe dar um desconto de cinquenta centavos em cada latinha.
Mais um que sabe cativar o freguês! Concorda comigo?
Então, Críssia, Lucinaldo e Cilso, além de terem nomes pouco comuns, compartilham algo que me faz ser freguês de pequenas empresas: a simpatia, a atenção, e o bom humor no atendimento.
Afinal, tanto Lucinaldo e Cilso brincaram quando lhes perguntei o nome, após me apresentar:
_ Meu pai tinha um gosto diferente por nomes, disse Cilso sorrindo.
E, Lucinaldo comentou em outra ocasião:
_ Filho caçula sofre! Fica com o nome mais estranho.
E Críssia completou:
_ Mas, o meu é o mais estranho, não acha?
E eu saí da "quitanda" sorrindo com as compras da manhã de sábado.

quinta-feira, 7 de abril de 2022

A short syllabus proposal for an entrepreneurial ecosystems course with a pinch of Brazilian taste

I am at Utrecht University since mid-October last year for a six-month post-doctoral research visit. The focus of my research is on entrepreneurial ecosystems (EE). As part of my activities, I developed quite a lot of effort into reviewing the extant literature on this theme.

Recently, I was thinking about all the papers I have found in my literature review. I started my literature review effort more than one year ago, in December 2020. During the worst moments of the pandemic crisis in Brazil, having to work at home and staying inside most of the time, I started searching for EE journal articles in different online sources. This effort continued during my stay at Utrecht. The last figure I have arrived amounts to 461 papers published from 2006 to 2022. This vast set of journal articles was collected from 201 journals and have been published in English, Portuguese, or Spanish. 

My main search criterium was to look for the term “entrepreneurial ecosystem” in the title or keywords of the papers. This procedure, of course, has its limitations and, possibly, there are other published papers that I am not aware of in these three languages. Also, there must be a lot of papers in many other languages that I am not capable of reading. Anyway, figure 1 shows the result of my literature search. This research theme has shown a constant growth since 2015 and up to 2019. It seems that for the last three years, this production has reached its peak. However, the figure for 2022, related to the first three months, seems to indicate that the number of journal articles on EE will be over 100 by the end of the year (38 multiplied by 4).

Figure 1: Journal papers in English, Portuguese, or Spanish

It is unnecessary to say that I have not read all the papers. But, for sure, I have been through over ¾ of them. My readings led me to the view of EE as represented in figure 2. Thanks to Erik Stam, who is hosting me at Utrecht University, I had the opportunity of presenting my view about EEs to master's students at Utrecht University School of Economics during my talk about "Entrepreneurship in Brazil".

Figure 2: Entrepreneurial ecosystem: components and outputs

As you can see, the entrepreneur is positioned at the core of the figure, since stimulation of entrepreneurial action is the mains focus of entrepreneurial ecosystems. The geographic dimension is divided into four context levels: local, regional, national, and global. For each level, the figure highlights the main actors and activities expected to be present in an entrepreneurial ecosystem. Finally, the outcome of an entrepreneurial ecosystem is productive entrepreneurship that results in wealth generation leading to sustainable development.

The other day, I asked myself a question: if I had to design a short introductory course about EE, what papers would I choose from the set I have accumulated in this period of studies?

My first idea was to search at Web of Science applying the same criterium that I have adopted for my previous searches. This resulted in 485 papers. Then, I used the function “Highly Cited Papers” and the search indicated 19 papers. From this list, I tried to group the papers in clusters of topics and managed to create six groups of three papers, excluding just one of the 19 papers. While doing so, however, I noticed that the six topics would not be enough for the scope of a short but comprehensive introductory course about EEs. Then, I made a final step: I thought about what was missing in my opinion and searched in my EE readings file, those that I believed would complete the list on the missing topics. The result is outlined below, with 9 topics, including one with three papers about EEs in Brazil. Of course, you can use this list as reading guide for your initial approach to EEs or it can be useful, I hope, for you to offer an EEs course at master or doctoral level. Good luck!

1. An introduction to entrepreneurial ecosystems:

Spigel, B.; Harrison, R. Towards a process theory of entrepreneurial ecosystems. Strategic Entrepreneurship Journal, v. 12, n. 1, p. 151-168, 2018.

Stam, E. Entrepreneurial ecosystems and regional policy: a sympathetic critique. European Planning Studies, v. 23, n. 9, p. 1759-1769, 2015.

Stam, E.; Van de Ven, A. Entrepreneurial ecosystem elements. Small Business Economics, v. 56, n. 2, p. 809-832, 2021.

2. Pioneering contributions

Cohen, B. Sustainable valley entrepreneurial ecosystems. Business Strategy and the Environment, v. 15, n. 1, p. 1–14, 2006.

Isenberg, D. J. How to start an entrepreneurial Revolution. Harvard Business Review, 88, p. 41-49, 2010.

Van de Ven, A. The development of an infrastructure for entrepreneurship. Journal of Business Venturing, v. 8, n. 3, p. 21 l-230, 1993.

3. Entrepreneurial ecosystems' emergence and dynamics

Mack, E.; Mayer, H. The evolutionary dynamics of entrepreneurial ecosystems. Urban Studies, v. 53, n. 10, p. 2118–2133, 2016

Roundy, P. T.; Bradshaw, M.; Brockman, B. K. The emergence of entrepreneurial ecosystems: A complex adaptive systems approach. Journal of Business Research, v. 86, p. 1-10, 2018.

Spigel, B. The relational organization of entrepreneurial ecosystems. Entrepreneurship Theory and Practice, v. 41, n. 1, p. 49-72, 2017.

4. Revisiting the concept of entrepreneurial ecosystems

Brown, R.; Mason, C. Looking inside the spiky bits: a critical review and conceptualisation of entrepreneurial ecosystems. Small Business Economics, v. 49, n. 1, p. 11-30, 2017.

Malecki, E. J. Entrepreneurship and entrepreneurial ecosystems. Geography Compass, v.12, n. 3, p. 1-21, 2018.

Volkmann, C., Fichter, K., Klofsten, M., Audretsch, D. B., 2021. Sustainable entrepreneurial ecosystems: an emerging field of research. Small Business Economic, 56(3), 1047-1055. DOI: 10.1007/s11187-019-00253-7

5. Space scales and consequences of entrepreneurial ecosystems

Acs, Z. J.; Stam, E.; Audretsch, D. V.; O’connor, A. The lineages of the entrepreneurial ecosystem approach. Small Business Economics, v. 49, n. 1, p. 1-10, 2017.

Audretsch, D. B.; Belitski, M. Entrepreneurial ecosystems in cities: establishing the framework conditions. The Journal of Technology Transfer, v. 42, n. 5, p. 1030-1051, 2017.

Audretsch, D. B.; Cunningham, J. A.; Kuratko, D. F.; Lehmann, E. E.; Menter, M. Entrepreneurial ecosystems: economic, technological, and societal impacts. The Journal of Technology Transfer, v. 44, n. 2, p. 313-325, 2019.

6. Entrepreneurial ecosystems and the digital world

Autio, E.; Nambisan, S.; Thomas, L. D. W.; Wright, M. Digital affordances, spatial affordances, and the genesis of entrepreneurial ecosystems. Strategic Entrepreneurship Journal, v. 12, n. 1, p. 72-95, 2018.

Song, A. K. The Digital Entrepreneurial Ecosystem - a critique and reconfiguration. Small Business Economics, v, 53, n. 3, p. 569-590, 2019.

Sussan, F.; Acs, Z. J. The digital entrepreneurial ecosystem. Small Business Economics, v. 49, n. 1, p. 55-73, 2017.

7. Research on entrepreneurial ecosystems

Alvedalen, J.; Boschma, R. A. critical review of entrepreneurial ecosystems research: towards a future research agenda. European Planning Studies, v. 25, n. 6, p. 887–903, 2017.

Cavallo, A.; Ghezzi, A.; Balocco, R. Entrepreneurial ecosystem research: present debates and future directions. International Entrepreneurship and Management Journal, v. 15, n. 4, p. 1291-1321, 2019.

Wurth, B.; Stam, E.; Spigel, B. Toward an Entrepreneurial Ecosystem Research Program. Entrepreneurship Theory and Practice, 2022.

8. Entrepreneurial ecosystems and public policy

Brown, R.; Mawson, S. Entrepreneurial ecosystems and public policy in action: a critique of the latest industrial policy blockbuster. Cambridge Journal of Regions, Economy and Society, v. 12, n. 3, p. 347-368, 2019.

Dionisio, E. A.; Inácio Júnior, E.; Fischer, B. B. Country-level efficiency and the index of dynamic entrepreneurship: contributions from an efficiency approach. Technological Forecasting & Social Change, v. 162, p. 1-13, 2021.

Foss, L.; Henry, C.; Ahk, H.; Mikalsen, G. H. Women’s entrepreneurship policy research: a 30-year review of the evidence. Small Business Economics, v. 53, n. 2, p. 409-429, 2019.

9. A pinch of Brazilian taste

Fischer, B. B.; Queiroz, S.; Vonortas, N. S. On the location of knowledge-intensive entrepreneurship in developing countries: lessons from São Paulo, Brazil, Entrepreneurship & Regional Development, v. 30, n. 5-6, p. 612-638, 2018.

Inácio Júnior, E.; Autio, E.; Morini, C.; Gimenez, F. A. P.; Dionisio, E. A. Analysis of the Brazilian entrepreneurial ecosystem. Desenvolvimento em Questão, n. 37, p. 5-36, 2016.

La Rovere, R. L; Santos, G. de O.; Vasconcellos, B. L. X. Challenges for the measurement of innovation ecosystems and entrepreneurial ecosystems in Brazil. Revista de Empreendedorismo e Gestão de Pequenas Empresas, v. 10, n. 1, p. 1-10, 2021.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2022

Ecossistemas empreendedores: um tema central em meus estudos sobre políticas públicas de fomento ao empreendedorismo

Desde dezembro de 2020, portanto há quase 14 meses, tenho me dedicado intensamente ao estudo da literatura sobre ecossistemas empreendedores. Este esforço acabou por me levar à vontade de realizar um pós-doutorado sobre este tema de pesquisa, mesmo em um momento em que pensava estar me encaminhando para um fim de ciclo em minha carreira acadêmica. Afinal, após quase 41 anos de atuação como professor, dos quais mais da metade deles com um foco central no campo do empreendedorismo, me perguntava se não se aproximava o momento de “pendurar as chuteiras”.

Mas, a vida nem sempre caminha como a gente imagina, não é mesmo? Neste tempo pandêmico que vamos enfrentando, acabei por me empolgar com o estudo das políticas públicas de fomento ao empreendedorismo, que iniciei em 2018 ao me vincular ao Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas da Universidade Federal do Paraná. Naquele ano, ofertei a primeira turma da disciplina de “Fomento ao Empreendedorismo” em nível de mestrado e doutorado. Entre os tópicos da disciplina, havia um dedicado aos ecossistemas empreendedores. No ano seguinte, a segunda turma da disciplina foi realizada com o nome um pouco diferente – “Políticas Públicas de Fomento ao Empreendedorismo”. O tópico dedicado aos ecossistemas empreendedores continuou presente nas reflexões com a segunda turma. No primeiro ano da pandemia, 2020, não ofertei a disciplina, mas em 2021, ela surgiu completamente reformulada, com um olhar mais centralizado em ecossistemas empreendedores e recebeu o título de “Ecossistemas empreendedores e políticas públicas de empreendedorismo”.

O que era um tópico nas turmas anteriores, tornou-se o foco central das discussões que desejava travar com mestrandos e doutorandos. Assim, talvez como decorrência desse “redespertar” de um desejo de continuar na vida acadêmica, depois de 26 anos de conclusão de meu doutoramento, me candidatei a uma bolsa de pós-doutorado. A princípio, apesar do projeto que apresentei ao CNPq ter sido muito bem avaliado, a resposta foi negativa.  Depois de muita reflexão, me decidi por bancar meu pós-doutoramento com recursos próprios. Fiz um pedido de afastamento de minhas atividades junto à UFPR e meus colegas do Departamento de Administração Geral e Aplicada, gentilmente, aprovaram meu pedido de licença por seis meses, com começo em meados de outubro passado. Felizmente, quando já estava praticamente de malas feitas, recebi a notícia de que minha bolsa de pós-doutorado fora concedida. Feliz da vida, embarquei para a Holanda e me encontro na Utrecht University pesquisando sobre configurações de ecossistemas empreendedores junto com Erik Stam.

Neste post, meu desejo é compartilhar com você um pouco das coisas que aprendi sobre ecossistemas empreendedores, principalmente, nos últimos 18 meses. É apenas uma breve descrição de como este tema surgiu com força no campo do empreendedorismo e algumas informações sobre a literatura que tem crescido exponencialmente.

Ecossistema empreendedor é um conceito que vem recebendo cada vez mais atenção tanto no mundo acadêmico quanto no campo da ação governamental. Boyd Cohen, em 2006, publicou um artigo na revista Business Strategy and the Environment prescrevendo como uma comunidade poderia evoluir e se tornar um “vale sustentável” para novos empreendimentos. Em 2010, Daniel Isenberg publicou um artigo na Harvard Business Review sugerindo ações de atores públicos e privados para o desenvolvimento de ecossistemas empreendedores. Estes textos pioneiros foram seguidos por um volume cada vez maior de publicações. Em minhas buscas, localizei mais 417 artigos publicados em 192 periódicos nas línguas inglesa, portuguesa e espanhola. Meu critério para incluir cada artigo em meus estudos foi o de que o termo “ecossistema(s) empreendedor(es)” deveria aparecer no título ou nas palavras-chave. Destes, 374 foram publicados a partir de 2017. A evolução do número de artigos publicados ao longo desses anos está representada no gráfico a seguir:

Dessa volumosa literatura, neste post faço um recorte dos artigos publicados em 27 periódicos que se dividem em duas categorias: os mais reconhecidos no campo do empreendedorismo (Journal of Business Venturing e Entrepreneurship Theory & Practice) e os que mais publicaram textos sobre ecossistemas empreendedores. No conjunto, estes periódicos trouxeram a público 206 artigos, ou seja, 49,2% dos que li desde meados de 2020. Na tabela 1, você pode verificar a quantidade artigos que foi publicada em cada periódico entre 2012 e 2022.

Tabela 1: Número de artigos publicados por periódico (2012-2022)

Periódico

2012

2015

2016

2017

2018

2019

2020

2021

2022

Total

Small Business Economics

 

 

 

7

3

12

5

12

 

39

The Journal of Technology Transfer

 

 

 

2

5

4

1

1

 

13

Thunderbird International Business Review

 

 

 

 

 

 

13

 

 

13

Entrepreneurship & Regional Development

 

 

 

 

1

2

3

6

 

12

Research Policy

 

 

 

 

 

 

3

6

3

12

International Entrepreneurship and Management Journal

 

 

 

2

 

4

2

2

 

10

Journal of Enterprising Communities: People and Places in the Global Economy

 

 

 

 

7

 

 

 

 

7

Journal of Entrepreneurship and Public Policy

 

 

 

 

 

7

 

 

 

7

Review of Managerial Science

 

 

 

 

 

 

 

7

 

7

Sustainability

 

 

 

 

 

1

4

2

 

7

Technological Forecasting & Social Change

 

 

 

1

 

2

1

3

 

7

Journal of Business Research

 

 

 

 

1

 

1

4

 

6

Journal of Business Venturing Insights

 

 

 

1

 

2

2

 

1

6

Local Economy

 

 

 

 

 

5

1

 

 

6

Zeitschrift für Wirtschaftsgeographie

 

 

 

 

 

6

 

 

 

6

European Planning Studies

 

1

 

 

1

2

1

 

 

5

European Planning Studies

 

 

 

5

 

 

 

 

 

5

Journal of Hospitality and Tourism Management

 

 

 

 

 

 

5

 

 

5

Industrial and Corporate Change

1

 

 

 

 

3

 

 

 

4

International Journal of Entrepreneurial Behavior & Research

 

 

 

 

 

1

1

2

 

4

Journal of Open Innovation: Technology, Market, and Complexity

 

 

1

 

 

2

 

1

 

4

Regional Studies

 

 

 

 

 

2

1

1

 

4

Small Enterprise Research

 

 

1

 

1

1

1

 

 

4

Socio-Economic Planning Sciences

 

 

 

 

 

1

3

 

 

4

Strategic Entrepreneurship Journal

 

 

 

 

4

 

 

 

 

4

Journal of Business Venturing

 

 

 

 

1

 

1

1

 

3

Entrepreneurship Theory and Practice

 

 

 

1

 

 

 

1

 

2

Esta produção foi fruto dos esforços de 554 pesquisadores(as). Como é usual em qualquer campo de conhecimento, há um pequeno número de autores(as) que se destacam pela quantidade de trabalhos publicados, bem como por se tornarem referência no assunto. Na tabela 2, apresento informações sobre os 16 autores que mais publicaram entre os 206 artigos analisados. Além disso, informo o número de artigos de cada autor(a), bem como seu artigo com maior número de referências conforme consta no Google Scholar na data de hoje. As referências completas dos artigos estão ao final do post.

Tabela 2 – Autores com maior produção e artigo mais citado

Autor(a)

Artigos

Artigo mais citado (ano de publicação)

Citações

David B. Audretsch

8

The lineages of the entrepreneurial ecosystem approach (2017)

581

Philip T. Roundy

6

The emergence of entrepreneurial ecosystems: A complex adaptive systems approach (2018)

286

Ben Spigel

5

The relational organization of entrepreneurial ecosystems (2017)

1377

Erik Stam

5

Entrepreneurial ecosystems and regional policy: a sympathetic critique (2015)

1377

James A. Cunningham

5

Entrepreneurial ecosystems: economic, technological, and societal impacts (2019)

222

Colin Mason

4

Looking inside the spiky bits: a critical review and conceptualisation of entrepreneurial ecosystems (2017)

477

Frank J. van Rijnsoever

4

Meeting, mating, and intermediating: How incubators can overcome weak network problems in entrepreneurial ecosystems (2020)

61

Vanessa Ratten

4

Coronavirus and international business: An entrepreneurial ecosystem perspective (2020)

92

Zoltan J. Acs

4

The lineages of the entrepreneurial ecosystem approach (2017)

581

Christina Theodoraki

3

A social capital approach to the development of sustainable entrepreneurial ecosystems: an explorative study (2018)

186

Erik E. Lehmann

3

Entrepreneurial ecosystems: economic, technological, and societal impacts (2019)

222

Esteban Lafuente

3

The relevance of quantity and quality entrepreneurship for regional performance: the moderating role of the entrepreneurial ecosystem(2019)

85

Maksim Belitski

3

Entrepreneurial ecosystems in cities: establishing the framework conditions (2017)

541

Matthias Menter

3

Entrepreneurial ecosystems: economic, technological, and societal impacts (2019)

222

Mike Peters

3

Entrepreneurial ecosystems in smart cities for tourism development: From stakeholder perceptions to regional tourism policy implications (2020)

22

Ross Brown

3

Looking inside the spiky bits: a critical review and conceptualisation of entrepreneurial ecosystems (2017)

477

Na tabela, estão mencionados 12 artigos, visto que alguns dos textos foram escritos em coautoria. No Brasil, também, o tema tem atraído a atenção de um número crescente de pesquisadores (as). Entre o que já foi publicado, incluo nas referências três textos de Edmundo Inácio Júnior e Bruno Brandão Fischer, que estão entre os pesquisadores brasileiros de maior volume de produção sobre ecossistemas empreendedores até o momento.

A diversidade de abordagens e possibilidades de enfoques é uma característica muito forte da literatura sobre ecossistemas empreendedores. Além de muitos artigos que apresentam aspectos conceituais e reflexões teóricas sobre este fenômeno, há uma pletora de estudos empíricos que tratam dos elementos que compões os ecossistemas empreendedores, sua emergência, desenvolvimento e evolução, seu dinamismo e interação entre os seus componentes, bem como sua aplicabilidade na formulação e implementação de políticas públicas.

Enfim, espero que estas informações possam ter alguma utilidade para aqueles(as) que desejarem conhecer mais sobre ecossistemas empreendedores. A leitura destes quinze artigos já pode ser o começo de um programa de estudos que pode ser apaixonante.

Referências

ACS, Zoltan J. et al The lineages of the entrepreneurial ecosystem approach. Small Business Economics, v. 49, n. 1, p. 1-10, 2017. (https://link.springer.com/article/10.1007/s11187-017-9864-8)

ROUNDY, Philip T.; BRADSHAW, Mike; BROCKMAN, Beverly K. The emergence of entrepreneurial ecosystems: A complex adaptive systems approach. Journal of Business Research, v. 86, p. 1-10, 2018. (https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0148296318300328)

SPIGEL, Ben The relational organization of entrepreneurial ecosystems. Entrepreneurship Theory and Practice, v. 41, n. 1, p. 49-72, 2017. (https://journals.sagepub.com/doi/10.1111/etap.12167)

STAM, Erik. Entrepreneurial ecosystems and regional policy: a sympathetic critique. European Planning Studies, v. 23, n. 9, p. 1759-1769, 2015. (https://www.tandfonline.com/doi/abs/10.1080/09654313.2015.1061484?tab=permissions&scroll=top&)

AUDRETSCH, David B. et al. Entrepreneurial ecosystems: economic, technological, and societal impacts. The Journal of technology transfer, v. 44, n. 2, p. 313-325, 2019. (https://link.springer.com/article/10.1007/s10961-018-9690-4)

BROWN, Ross; MASON, Colin. Looking inside the spiky bits: a critical review and conceptualisation of entrepreneurial ecosystems. Small Business Economics, v. 49, n. 1, p. 11-30, 2017. (https://link.springer.com/article/10.1007/s11187-017-9865-7)

VAN RIJNSOEVER, Frank J. Meeting, mating, and intermediating: How incubators can overcome weak network problems in entrepreneurial ecosystems. Research Policy, v. 49, n. 1, p. 1-15, 2020. (https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0048733319302021)

RATTEN, Vanessa Coronavirus and international business: An entrepreneurial ecosystem perspective. Thunderbird International Business Review, v. 62, n. 5, p. 629–634, 2020. (https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1002/tie.22161) 

THEODORAKI, Christina; MESSEGHEM, Karim; RICE, Mark P. A social capital approach to the development of sustainable entrepreneurial ecosystems: an explorative study. Small Business Economics, v. 51, n. 1, p. 153-170, 2018. (https://link.springer.com/article/10.1007/s11187-017-9924-0)

SZERB, László; LAFUENTE, Esteban; HORVÁTH, Krisztina; PÁGER, Balázs. The relevance of quantity and quality entrepreneurship for regional performance: the moderating role of the entrepreneurial ecosystem. Regional Studies, v. 53, n. 9, p. 1308-1320, 2019. (https://www.tandfonline.com/doi/full/10.1080/00343404.2018.1510481)

AUDRETSCH, David B.; BELITSKI, Maksim Entrepreneurial ecosystems in cities: establishing the framework conditions. The Journal of Technology Transfer, v. 42, n. 5, p. 1030-1051, 2017. (https://link.springer.com/article/10.1007/s10961-016-9473-8)

EICHELBERGER, Sarah et al. Entrepreneurial ecosystems in smart cities for tourism development: From stakeholder perceptions to regional tourism policy implications. Journal of Hospitality and Tourism Management, v. 45, p. 319-329, 2020. (https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1447677020301649?via%3Dihub)

INÁCIO JÚNIOR, Edmundo; AUTIO, Erkko; MORINI, Cristiano; GIMENEZ, Fernando Antonio Prado; DIONISIO, Eduardo Avancci Analysis of the Brazilian entrepreneurial ecosystem. Desenvolvimento em Questão, n. 37, p. 5-36, 2016. (https://www.revistas.unijui.edu.br/index.php/desenvolvimentoemquestao/article/view/6253)

FISCHER, Bruno Brandão; QUEIROZ, Sérgio; VONORTAS, Nicholas S. On the location of knowledge-intensive entrepreneurship in developing countries: lessons from São Paulo, Brazil, Entrepreneurship & Regional Development, v. 30, n. 5-6, p. 612-638, 2018. (https://www.tandfonline.com/doi/abs/10.1080/08985626.2018.1438523?journalCode=tepn20)

SILVA, João Paulo Moreira; GUIMARÃES, Liliane de Oliveira; INÁCIO JÚNIOR, Edmundo; CASTRO, José Márcio. Entrepreneurial Ecosystem: Analysis of the contribution of universities in the creation of technology-based firms. Contextus – Revista Contemporânea de Economia e Gestão, v. 19, n. 11, p. 160-175, 2021.  (https://doi.org/10.19094/contextus.2021.68011)