terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Sobre a beleza do conhecimento em Administração

Recentemente, quando participava da banca de doutoramento da Natália Rese no Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade Federal do Paraná, inspirado pelo belo trabalho escrito por Natália, comentei sobre minha vontade de buscar a beleza do conhecimento em Administração.

Naquela oportunidade, comentei que nesta etapa de minha carreira acadêmica, a última, como professor titular, me imagino continuando meus estudos em Administração por mais uma década, ou no máximo, uma década e meia. Isso não significa meu afastamento da vida acadêmica, mas sim  a realização de outros planos relativos ao estudo do Cinema, que, por enquanto, são tocados em paralelo à minha vida acadêmica.

Mas, o que pode ser entendido pela busca da beleza?

Como disse na avaliação da tese de Natália: Não sei definir a beleza, mas sei dizer quando vejo algo belo. A tese de Natália tem uma beleza ímpar!

Apollinaire quando escreveu "Pintores Cubistas: meditações estéticas" comentou sobre as virtudes plásticas (a pureza, a unidade e a verdade). Explicando porque a chama é o símbolo da pintura, escreveu um dos trechos mais belos que li em 2012:

A chama é o símbolo da pintura e as três virtudes plásticas flamejam luminescentes.
A chama tem a pureza que não tolera nada de estrangeiro e cruelmente transforma em si mesma tudo o que toca.
A chama tem essa unidade mágica que faz com que, dividida, cada centelha seja semelhante à chama única.
Ela tem, enfim, a verdade sublime de sua luz, que ninguém pode contestar. (Porto Alegre: L&PM, 1997, p. 9).

Como disse acima, posso não definir a beleza, mas esse trecho é belíssimo!

Creio que nessa missão que estabeleci para mim mesmo, buscar a beleza do conhecimento em Administração tem a ver com a tentativa de compreender esse fenômeno sob a perspectiva das configurações. Assim, como a chama é o símbolo da pintura, a configuração, em meu entender, é o símbolo da Administração.

Como a chama, tudo que se procura entender sobre a Administração pode ser transformado em configurações, preservando sua pureza; qualquer ato que faça parte da Administração se assemelha a uma configuração onde se articulam recursos, estrutura, estratégia e contexto, reproduzindo a unidade do todo; por fim, a compreensão das configurações carrega também uma verdade sublime que se manifesta na articulação harmônica de seus componentes.

Se, inspirado por Apollinaire, enxergo nas três virtudes plásticas a manifestação da beleza nas Artes, enxergo na harmonia das configurações a manifestação da beleza do conhecimento em Administração.

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