quinta-feira, 23 de agosto de 2018

Economia criativa e empreendedorismo cultural

Em uma conversa com os integrantes do Fórum Desenvolve Londrina (http://www.forumdesenvolvelondrina.org/) apresentei minha visão da economia Criativa sob uma perspectiva empreendedora e cultural. Como apresentado no site do Fórum, este é "um movimento criado por força de decreto-lei, composto por entidades e pessoas de diversos segmentos, e que tem por objetivo aglutinar a sociedade organizada e mobilizar a comunidade para o desenvolvimento sustentável de Londrina e região, por meio de atividade permanente de prospecção de futuro e planejamento estratégico, independente de política partidária".
Fiz uma fala inicial de pouco mais de 45 minutos e depois tive o privlégio de responder perguntas e trocar ideias com as pessoas presentes. 
A minha palestra foi transmitida ao vio e gravada e pode ser acessada neste link: https://www.facebook.com/ForumDesenvolveLondrina/videos/287860385139590/?hc_ref=ARTWm2qtHJON5skFfFRoDrf5GFrqwA3NFYb9JGBqzNEc9wWV07vTL3mNmSG3sNji_m8&__xts__[0]=68.ARCdhQJMfBiVsxX-B3WjbBz5OGXVCHGoCdKVDpf_wf3lsjAjicZQuPMy5juac7FMCKaMz4swgl4or_8lOreeVQXDYxviCZ3LTVlNe_74ZJBp6V2iBujOoX7AydFWuTrBq7E2t1o&__tn__=kCH-R
Em resumo, após uma breve exposição histórica e conceitual sobre a economia criativa e economia da cultura, procurei explorar as possibilidades de apoio àqueles que desejam empreender no campo da economia da cultura. Parti de uma questão inicial: Como os que empreendem nesse campo lidam com interesses e objetivos que podem ser, às vezes, conflitantes?
O argumento seguiu essa linha:
1. Há uma tensão central no campo do empreendedorismo cultural: conciliar demandas de sustentabilidade econômico-financeira do modo capitalista dominante em nossa sociedade com aspirações e desejos expressivos de natureza predominantemente subjetivas manifestados no ato criativo do empreendedor cultural.
2. Assim como no empreendedorismo sustentável, no empreendedorismo cultural o econômico-financeiro pode ser visto como meio e não finalidade principal do processo empreendedor.
3. Há uma dualidade na identidade do empreendedor cultural: ora é visto como agente criativo no campo da cultura propiciando valores simbólicos para a sociedade, ora é visto como agente econômico gerador de valores financeiros para um mercado.
4. Esta dualidade pode apresentar implicações no campo do fomento ao empreendedorismo cultural, ao exigir dos agentes públicos uma sensibilidade tanto para a ação simbólica do empreendedor cultural quanto para sua ação econômico-financeira.
5. Na economia da cultura há uma forte relação entre a produção cultural e o apoio direto e indireto (via renúncia fiscal) do governo.
6. Isso implica na necessidade de desenvolvimento de competências em três áreas: criação artística; atuação empresarial; e legitimação artística e empresarial face aos fomentadores públicos e privados da atividade.
7. Portanto, as política públicas de fomento ao empreendedorismo cultural devem enfatizar a articulação dos atores da economia da cultura com outras pessoas e organizações que lhes permitam desenvolver suas habilidades criativas, competências de negócios e capacidades de sensibilização de agentes apoiadores e financiadores.
8. Por outro lado, há possibilidade de ampliação dos esforços de educação para o empreendedorismo de jovens para atuação no campo da economia criativa e da cultura, tanto em instituições formais quanto por meio de outras formas de educação não formal.
9. Mais especificamente, dvee haver esforços em direção à educação para o desenvolvimento de uma atitude empreendedora e de competências empreendedoras no campo da formação em artes e humanidades em geral, bem como em algumas profissões liberais com interface na economia da cultura. Por exemplo, Comunicação, Direito, Design, Turismo, entre outras.
10. Por fim, deve ser ressaltado e enfatizado o papel de programas municipais de incentivo à cultura e os impactos da proliferação de festivais culturais sobre a economia da cultura e economia geral de uma localidade. Por exemplo, o Programa Municipal de Incentivo à Cultura – PROMIC  de Londrina criado pela Lei Municipal n º 8.984, de 06 de dezembro de 2002, que criou também o Fundo Especial de Incentivo à Cultura - FEPROC. 
11. Nessa linha, pode ser salutar para o desenvolvimento da economia da cultura e para o surgimento de novos empreendimentos neste campo, a nserção de atividades de negócios nos festivais, como ocorre em muitos festivais de cinema


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