Um professor desmemoriado
perdeu seus óculos no embarque
de um voo ao final da tarde.
Não tendo ainda decolado,
esperou o final do embarque
buscando ao redor sem alarde.
Sob as poltronas ao lado
enquanto corria o embarque
vasculhou tudo, debalde.
Movimento quase cessado
chegando ao fim o embarque
viu à frente uma beldade.
Dos seus óculos o fado,
ela durante o embarque
talvez tivesse novidade.
Da aeromoça, o embarcado
ao indagar se no embarque
dos óculos soubesse a localidade.
Foi pela comissária informado
que o despachante no embarque
achara um par de óculos jogado.
Reconfortado e aliviado
quis pegar o professor o que
só podia ser seu de verdade.
Mas recebeu espantado
quase findo o embarque
uma pergunta daquela beldade.
Quis saber do desmemoriado,
a bela chefe do embarque
a marca do objeto buscado.
O passageiro surpreendido
à comissária do embarque
respondeu não lembrar, de verdade
Mas, um pouco indignado
dela, lá na frente do embarque,
quis saber por que a necessidade.
De pronto, foi informado
que queria a moça do embarque
ter certeza da propriedade.
Professor desmemoriado
e muito surpreso com o baque
disse uma grande obviedade.
Não ficaria acomodado
se lhe dessem posse no embarque
de alheia propriedade.
Chegando ao fim do narrado
pergunto-lhe ingenuamente o que
achou dessa triste realidade?
Para mim, fato tão inusitado
demonstra a desconfiança que
ainda impera na sociedade.
Parabéns, professor!
ResponderExcluir