sábado, 25 de fevereiro de 2012

Quadra Cultural: que empreendedorismo é esse?

A Quadra Cultural está acontecendo hoje no bairro São Franciso em Curitiba, entre as ruas Paula Gomes e Duque de Caxias. Iniciativa do dono do bar O Torto, é a quarta edição anual que traz apresentações musicais e teatrais para públicos de todas as idades, além de barracas com alimentação e outros produtos e serviços à venda ou distribuidos gratuitamente.
Estive lá e me encantei com a voz  da cantora da banda Wandula e o som dos intrumentistas. Peguei, também, os quatro folheto-contos, ou conto-folhetos? Iniciativa que marca o lançamento do selo Tulipas Negras com a publicação de quatro pequenos contos no formato de folhetos - Helena de Renan Machado, Pantera de Fábio Campana, Compressa de Cristiano Castilho e 934 de Marcio Renato dos Santos - distribuídos gratuitamente. De quebra, por alguns minutos me deliciei com o teatro de bonecos Terezinha, uma história de amor e perigo.
Mas, o que isso tudo tem a ver com empreendedorismo?
Uma vez, ouvi um governador do Paraná, dizer, em uma cerimônia pública, que essa história de empreendedorismo é coisa de ladrão! Obviamente, fiquei chocado, mas no meu esforço constante de pesquisador procurei entender o significado das palavras e, aceitei, a possibilidade desse sentido quando enxergamos frequentemente uma ação empreendedora orientada exclusivamente pela busca do lucro a qualquer custo, independente dos possíveis efeitos prejudiciais e sem preocupação com qualquer intenção compensatória aos prejudicados.
Mas, empreendedorismo em geral não é coisa de ladrão. Muito pelo contrário, é possível empreender com senso de justiça social. Ganhar dinheiro sem perder a ternura!
Alguns poderiam dizer que a Quadra Cultural é uma espécie de empreendedorismo distinto do empreendedorismo empresarial, talvez um empreendedorismo cultural e social. É possível. Se notarmos a prevalência de atividades ofertadas ao público sem nenhuma troca pecuniária, apenas interação social, prazer e emoção parecem ser enfatizadas nesse evento. Pode ser, também, um empreendedorismo coletivo, se houver o envolvimento de outros parceiros além do idealizador, Arlindo Ventura.
Mas, para mim a Quadra Cultural representa também o empreendedorismo sem adjetivo, que é além de cultural e social, empresarial também. Ou seja sendo tudo, é o tipo puro: uma ação empreendedora iniciada por um dirigente de uma pequena empresa, ativista cultural, que oferece à sociedade, além do famoso bolinho de carne do Torto (que deve ser muito vendido hoje), um espaço de lazer e informação valioso. Empreender é isso: conciliar o interesse do empreendedor com os desejos e interesses de outros, oferecendo e recebendo recompensas de forma justa. Sem exploração ou roubo!

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